
Christian Rasmussen finalmente celebrou sua primeira vitória na NTT INDYCAR SERIES em uma corrida digna de filme no Snap-on Milwaukee Mile 250. O piloto dinamarquês, de apenas 24 anos, que havia se transferido para a IndyCar neste ano após vencer o título da Indy NXT em 2023, mostrou toda sua resiliência e talento em seu 30º início na categoria principal. “Isso é inacreditável, vencer em um lugar tão histórico, e conquistar minha primeira vitória na IndyCar. Não posso agradecer o time o suficiente”, afirmou emocionado. “Às vezes, no automobilismo, você precisa que as coisas aconteçam a seu favor, e hoje foi esse o caso.”
A vitória foi possível graças à estratégia perfeita da equipe Ed Carpenter Racing, que aproveitou uma bandeira amarela tardia para colocar pneus novos. Rasmussen largou em nono, enquanto o pole position Álex Palou—que já havia garantido o título da temporada—tentava buscar sua nona vitória do ano e igualar recordes históricos. Porém, a tática de ficar na pista não pagou: Rasmussen, ao contrário, entrou nos boxes, e com pneus mais frescos, desbravou o pelotão e avançou vertiginosamente. “Sabíamos antes da corrida que se houvesse uma bandeira amarela no final, deveríamos ir com pneus novos, porque isso daria uma grande vantagem. Mais pilotos fizeram isso do que eu esperava naquela última parte, mas certamente foi a escolha certa.”
Após a relargada, Rasmussen ultrapassou os pilotos da própria equipe, Rossi e O’Ward, avançando em direção a Palou. Com apenas 15 voltas de pneus mais novos, ele logo superou McLaughlin e, na volta 236, arrancou uma manobra ousada por fora na curva 3 para passar Palou, iniciando a trajetória rumo à vitória. Nos momentos finais, gerenciou bem o tráfego, mantendo a liderança e cruzando a linha de chegada com 1,9463 segundos de vantagem sobre o espanhol.
“O dia foi incrível para nós”, comentou Palou depois da prova, ressaltando que, mesmo não tendo vencido, realizou sua melhor performance em um oval. “Acho que foi minha melhor corrida em um oval, mesmo sem terminar em primeiro lugar, foi muito divertido”, disse, justificando a decisão estratégica com clareza: “Se todos ficaram de fora, e de repente você entra nos boxes na liderança, pode cair para o oitavo… com carros retardatários no meio, era impossível ganharmos. Eu faria a mesma escolha de novo”. Ele também elogiou a decisão dos comissários de acionar o safety car por causa da chuva leve que caiu no final, priorizando a segurança: “É uma pista perigosa, muito perigosa. Eu concordo com a decisão, mesmo que não tenha me favorecido.”
Os números do evento traduziram o caos e a emoção: nove trocas de liderança entre seis pilotos, cinco bandeiras amarelas que somaram 49 voltas e um total impressionante de 685 ultrapassagens durante a prova. Colton Herta foi destaque como o maior ganho da corrida, avançando 13 posições desde o 24º lugar no grid.
O Milwaukee Mile, com sua tradição centenária desde 1937, sempre marcou presença no calendário da IndyCar, sendo por muitos anos um recorde mantido para o fim de semana seguinte às 500 Milhas de Indianápolis. Em 2025, o circuito voltou como palco da etapa penúltima da temporada, com Rasmussen conquistando seu espaço na história.
Com essa vitória, Rasmussen não só escreveu seu nome na lista de vencedores da IndyCar desde 2021, mas também deu à Ed Carpenter Racing sua primeira conquista desde maio de 2021, quando Rinus VeeKay venceu em Indianapolis. “Eu sabia que isso estava chegando para o Christian”, destacou Ed Carpenter. “Ele é o melhor no momento em ovais curtos. Mostrou isso a temporada inteira. Aquela banderia amarela foi a perfeita para ele, e ele fez um trabalho incrível com pneus novos e a potência da Chevy. A sensação é maravilhosa; fazia tempo que a gente não vencia uma corrida.”
Agora, o olhar de Rasmussen se volta para a etapa final, em Nashville, sabendo que o primeiro triunfo é apenas o começo de uma nova fase promissora em sua carreira na IndyCar.
